Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Doenças, hospitalização e ansiedade: uma abordagem em saúde mental

1997; Associação Brasileira de Enfermagem; Volume: 50; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s0034-71671997000300010

ISSN

1984-0446

Autores

Luciana Catunda Gomes, Maria de Nazaré de Oliveira Fraga,

Tópico(s)

Palliative and Oncologic Care

Resumo

Com a finalidade de abordar globalmente o indivíduo internado, esta pesquisa teve como objetivo identificar os fatores geradores de ansiedade em pessoas hospitalizadas e como elas expressam seu desconforto ante à doença e à hospitalização. A coleta de dados realizou-se em abril/maio/96 com pessoas adultas internadas em um hospital-escola e apoiou-se em um roteiro para observação de situações ansiogênicas e em um roteiro de entrevista.. Constatamos como maiores preocupações dos pacientes: saber se a doença é curável, o tempo de internação, o trabalho e manutenção da família. Eles ficam mais tristes à noite e à tarde, períodos em que a equipe está reduzida, há mais silêncio e sentem solidão. Só um baixo percentual deles tem informação consistente sobre a doença e o tratamento, e mesmo assim o hospital, majoritariamente, é identificado como local bom pela possibilidade de cura, boa assistência e alimentação dispensadas. Presenciar o sofrimento e risco de morte do vizinho, ter alta, exames e procedimentos do tratamento suspensos ou retardados, ser comunicado da necessidade de operar-se ou de que a doença é incurável foram fatores ansiogênicos que se destacaram. Tanto nas reações imediatas quanto tardias às situações ansiogênicas predominam atitudes passivas como tristeza, choro, depressão e negativismo. Concluiu-se que a condição psíquica e emoções dos pacientes internados precisam ser contempladas em hospitais clínicos, privilegiando-se uma abordagem totalizante, com atenção especial para a agilização das intervenções e a consistência das informações a eles prestadas sobre sua saúde e tratamento.

Referência(s)