Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Talidomida no tratamento do eritema nodoso hansênico: revisão sistemática dos ensaios clínicos e perspectivas de novas investigações

2005; Elsevier BV; Volume: 80; Issue: 5 Linguagem: Português

10.1590/s0365-05962005000600010

ISSN

1806-4841

Autores

Gerson Oliveira Penna, Celina Maria Turchi Martelli, Mariane M. A. Stefani, Vanize Macêdo, Maria de Fátima Marója, Aiçar Chaul,

Tópico(s)

Dermatological diseases and infestations

Resumo

FUNDAMENTOS: A hanseníase persiste como problema de saúde pública, e episódios de ENH são eventos agudos que ocorrem antes, durante e após PQT. Na última década, o uso da talidomida como agente imunomodulador foi expandido a outras doenças. OBJETIVOS: realizar revisão sistemática dos ensaios clínicos publicados sobre a eficácia e efeitos colaterais da talidomida no ENH. Descrever metodologia e resultados da triagem para recrutamento de ensaio clínico visando avaliar dose-resposta da talidomida seguida de desmame no ENH moderado e grave, realizado no Brasil. MÉTODOS: Analisaram-se ensaios publicados sobre talidomida no ENH. Foi delineado um ensaio clínico duplo-cego randomizado para avaliar dose de 100 thalid 300mg/dia de talidomida durante fase aguda de ENH, seguida de desmame da talidomida, thalid placebo. Para este ensaio clínico descreve-se metodologia e dados de recrutamento de pacientes, com ênfase na gravidade dos episódios de ENH. RESULTADOS: Os seis ensaios clínicos publicados nas décadas de 1960 e 1970 apontam para o benefício da talidomida no ENH, embora diferenças metodológicas dificultem a comparação. Na fase de recrutamento do ensaio brasileiro, dos 143 pacientes de ENH triados, 65% eram potencialmente elegíveis. A associação com neurite em 56,4% dos ENH moderados e graves exigiu co-intervenção com corticosteróide. CONCLUSÃO: O padrão de recrutamento dos pacientes evidenciou alta freqüência de neurite nos episódios de ENH. O esquema de talidomida isolada no ENH foi avaliado como infreqüente na prática clínica brasileira. O desafio atual é acumular evidências sobre a eficácia e efeitos colaterais da talidomida em associação com corticosteróides.

Referência(s)