Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Etnobotânica de Leguminosae entre agricultores agroecológicos na Floresta Atlântica, Araponga, Minas Gerais, Brasil

2014; Rio de Janeiro Botanical Garden Research Institute; Volume: 65; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s2175-78602014000200015

ISSN

2175-7860

Autores

José Martins Fernandes, Flávia Cristina Pinto Garcia, Maria Christina de Mello Amorozo, Lívia Constâncio de Siqueira, Carolina Pellucci Barreto Marotta, Irene Maria Cardoso,

Tópico(s)

Rural Development and Agriculture

Resumo

O trabalho apresenta a riqueza de Leguminosae utilizada por 21 agricultores tradicionais em sistemas agroflorestais (SAFs) cafeeiros e fragmentos florestais na Floresta Atlântica, município de Araponga, Minas Gerais, Brasil, e as categorias de uso, importância relativa e similaridade das espécies entre os SAFs. Os dados foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas e observação participante, entre agosto de 2005 e novembro de 2006, durante caminhadas direcionadas em sete SAFs e fragmentos florestais no entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Os agricultores citaram 59 espécies de Leguminosae; 86% são nativas da Floresta Atlântica, utilizadas em práticas culturais antigas, como para fazer carro de boi. Foram estabelecidas 12 categorias de uso, das quais as mais importantes foram adubo e lenha (21 spp cada). Nos SAFs, as espécies que adubam o solo (18 spp) são as mais utilizadas, e na floresta, para lenha e tecnologia (17 spp). O índice de importância relativa mostrou que na floresta, Piptadenia gonoacantha apresentou 83% de concordância quanto ao uso da madeira para cercar pastagem, enquanto nos SAFs, Inga edulis obteve 100% como alimento. Os SAFs estudados apresentam pouca similaridade em espécies (0,42 da escala Sorensen), devido à capacidade de seleção dos agricultores, proporcionando então, espaços para a conservação de espécies úteis de Leguminosae.

Referência(s)