A luta dos aposentados
1986; Conselho Federal de Psicologia; Volume: 6; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s1414-98931986000100006
ISSN1982-3703
Autores Tópico(s)Retirement, Disability, and Employment
ResumoSou um filho do Norte. Nasci na cidade de Paulista, em Pernambuco. Comecei a trabalhar com seis anos de idade: carregava frete na feira e vendia frutas para ajudar os meus pais. Com nove anos trabalhava como continuo num escritorio. Depois aprendi a trabalhar com o tear. Emigrei para o Recife e fui trabalhar como tecelao. Em 1949, emigrei para Sao Paulo esperando que a minha situacao melhorasse. Naquela epoca, havia muita falta de mao-de-obra; cheguei num dia e comecei a trabalhar no outro. Em 1951, passei a participar na luta dentro do Sindicato. Participei muito de passeatas, de greves, de congressos etc. Eu nao tenho estudo, tenho so o curso primario incompleto. A minha universidade foi a vida, no dia-a-dia. O que tenho de posse hoje e uma casinha para morar e um carne da Previdencia Social. O idoso e uma camada desamparada, especialmente os que se aposentam como trabalhador assalariado. Ele ja produziu o maximo de sua capacidade e por isso deveria ter todo o amparo da sociedade com direito a lazer, moradia, alimentacao, transporte etc. Ao se aposentar, e justamente quando a pessoa mais precisa de bem-estar. Ao inves disso, torna-se um castigo. Somos 11 milhoes de aposentados e pensionistas no pais. Desse total, 70%ganham menos de um salario mi¬ Luis Firmino de Lima
Referência(s)