Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Subjetivação e cura no Neopentecostalismo

2008; Conselho Federal de Psicologia; Volume: 28; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s1414-98932008000300012

ISSN

1982-3703

Autores

Caio César Souza Camargo Próchino, João Luiz Leitão Paradivini, Márcio Gonçalves,

Tópico(s)

Religion and Society Interactions

Resumo

Este artigo busca analisar algumas relações estabelecidas entre as transformações socioculturais ocorridas na contemporaneidade e a demanda de cura nas igrejas neopentecostais. A demanda de cura é apresentada como um dispositivo ou campo de força agenciador de processos ou modos de subjetivação. Os modos de subjetivação nas igrejas neopentecostais evidenciam a constituição do sujeito a partir de uma relação de causalidade direta entre os campos de flexão ou curvatura da fé e da ética. Se a demanda de cura é potencializada pela experiência da fé, por outro lado, os imperativos éticos moldam e limitam as condições para o processo de subjetivação do fiel. Não sendo possível a sustentação das promessas de cura veiculadas pelas igrejas neopentecostais dada a condição estrutural do desamparo humano, busca-se uma articulação possível entre a permanência da demanda de cura e a condição masoquista. O que se desvela nessa relação é o princípio da promessa sem cumprimento, ou seja, exatamente porque não se cumpre é que se sustenta uma posição subjetiva de sempre demandar.

Referência(s)