Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Gestão do ambiente e metamorfoses do Estado: a experiência francesa

2007; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; Volume: 16; Linguagem: Português

10.5380/dma.v16i0.11903

ISSN

2176-9109

Autores

Cécilia Clayes-Mekdade, Paul Allard,

Tópico(s)

Global socioeconomic and cultural dynamics

Resumo

Este artigo examina a evolução do papel do Estado na gestão do ambiente. A experiência francesa,caracterizada por um Estado altamente centralizado, propõe aos pesquisadores uma situação onde qualquerpermanência, assim como qualquer mudança, tende a ser extrema. Assim, ela serve como um pontode partida para nossa análise das mudanças no papel do Estado na gestão da natureza, que era anteriormenteconsiderada como um recurso a ser explorado, e agora é redefinida como um ambiente a serprotegido. Em particular, análise diacrônica nos permite apreender a dinâmica dessas mudanças sociais.Com base numa troca interdisciplinar entre um historiador e uma socióloga, este artigo sugere quedeveríamos qualificar teorias de desaparecimento do Estado nos armando dos meios para diferenciar, nagestão do ambiente, o que é novo e o que não é, através do destaque da capacidade para a “integração dacrítica” (integration of criticism, BOLTANSKY; CHIAPELLO, 1999) pelas instituições. O ambiente éum instrumento de hibridização que questiona velhas dicotomias: entre natureza e cultura, entre local enacional, entre o particular e o geral, entre conhecimento vernáculo e conhecimento científico. Estequestionamento tende a privar a ciência e a política dos seus respectivos monopólios como representantesda natureza e da sociedade1. Contra este pano de fundo, o Estado central se torna um gestor dadiversidade sócio-natural, o Estado tecnocrático dá uma voz ao saber-fazer local, e o Estado concedeuma certa pluralidade ao interesse público geral, do qual ele já não tem mais um monopólio tão completo.O Estado já não é mais bem o que ele era, no seu papel e no seu funcionamento, mas o Estadoperdura. Assim, a sociedade está mudando, mas as categorias do século XX ainda não estão totalmenteobsoletas.

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