
Pode a arte ser terapêutica? Reflexões a partir do trabalho desenvolvido com pacientes da "terceira idade" no ateliê da vida do Instituto de Psiquiatria da UFRJ - IPUB
2003; Volume: 14; Issue: 3 Linguagem: Português
10.11606/issn.2238-6149.v14i3p118-122
ISSN2238-6149
AutoresAna Maria Tavares Cavalcanti, Cristina Loureiro, Eliane Santos, Maria Cristina Reis Amendoeira, María Tavares Cavalcanti,
Tópico(s)Art Therapy and Mental Health
ResumoO trabalho com a expressão artística no ateliê de artes visuais integra as oficinas de arte do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro - IPUB, o Ateliê da Vida faz parte do projeto terapêutico multidisciplinar desenvolvido no setor de psicogeriatria, intimamente comprometido com as transformações na assistência psiquiátrica. Para as pessoas com mais de sessenta anos, as oficinas de arte têm cumprido papel terapêutico e fundamental na melhora da qualidade de vida pois, além de proporcionar a atividade artística, são espaços de convivência, favorecendo a ampliação do círculo de relações, diminuindo a ação da solidão e do isolamento social que freqüentemente acompanham o envelhecimento. A velhice, como destino biológico, é uma realidade que pode tornar-se dramática em conseqüência da discriminação por conta de fatores psicológicos e sociais. Várias dificuldades psíquicas podem se agravar nessa fase e o temor inconsciente da morte aumenta, organizações psíquicas patológicas podem se manifestar através de reações depressivas, paranóicas ou maníacas. A atividade artística desenvolvida com esses pacientes no ateliê, auxilia-os no resgate de sua autonomia e auto-estima. Percebe-se, nessa experiência, que os pacientes na idade avançada podem assimilar novas representações em sua vida psíquica, experimentando um novo sentido de identidade e reatando contato com fontes internas de vitalidade através da relação com a atividade criativa. Desse modo, a arte é uma tentativa de cada um para dar sentido a suas experiências internas que o identificam como ser humano.
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