Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Imigração e epidemias no estado de São Paulo

1996; Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz; Volume: 3; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s0104-59701996000200004

ISSN

1678-4758

Autores

Rodolpho Telarolli,

Tópico(s)

Migration, Racism, and Human Rights

Resumo

Esse artigo tem por objetivo apresentar e discutir aspectos de interesse sanitário no processo de imigração estrangeira para o estado de São Paulo, na primeira década após a proclamação da República. Objetiva também apresentar as relações da imigração com a formação dos serviços sanitários estaduais e com a elaboração do modelo tecno-assistencial por eles adotado a partir da década de 1890. Num momento em que a febre amarela era a mais freqüente e letal das epidemias que afetavam o estado, matando principalmente os estrangeiros, a defesa do fluxo migratório foi um dos fios condutores das ações em saúde pública. A combinação entre os interesses da cafeicultura, a expansão ferroviária, imigração e febre amarela definiu os rumos da ação sanitária promovida pelas oligarquias no poder nesse período em São Paulo. A organização autoritária do Estado brasileiro não dava espaço à implantação de ações individuais de assistência à saúde. Sempre reivindicada pela população urbana e rural, somente com o desenvolvimento da medicina previdenciária no país, na década de 1930, difundiram-se as ações de assistência individual à saúde.

Referência(s)