O ano em que meus pais saíram de férias de Cao Hamburger: Desmistificação ou propagação do mito de democracia racial?
2014; American Association of Teachers of Spanish and Portuguese; Volume: 97; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1353/hpn.2014.0050
ISSN2153-6414
Autores Tópico(s)Borges, Kipling, and Jewish Identity
ResumoEste ensaio considera a representação da experiência judaica brasileira em O Ano em que meus pais saíram de férias (2006) do diretor brasileiro Cao Hamburger. O filme retrata complexas questões identitárias através de uma perspicaz, e um pouco romantizada, história de imigração invertida. Uma criança brasileira, Mauro, é forçada a ter uma experiência de exílio em uma comunidade judaica, à qual ele antes não sabia que pertencia. Ao longo do enredo, Hamburger aproveita a circunstância especial de Mauro para meditar sobre o que significa ser judeu no Brasil, e desta maneira tenta vincular os critérios que diferentes povos usam para determinar a “autenticidade” de pessoas estranhas com os preconceitos, estereótipos, sentimentos de xenofobia e pressões de assimilação que as dinâmicas identitárias tendem a gerar. O filme invoca a moda do multiculturalismo e o polêmico mito de “democracia racial” no Brasil para demonstrar a natureza relativa das noções de exilados, originários e forasteiros.
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