
Impactos das mudanças de cobertura vegetal nos processos de superfície na região semiárida do Brasil
2013; Sociedade Brasileira de Meteorologia; Volume: 28; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0102-77862013000200003
ISSN1982-4351
AutoresAna Paula Martins do Amaral Cunha, Regina Célia dos Santos Alvalá, Gilvan Sampaio,
Tópico(s)Environmental and biological studies
ResumoA cobertura vegetal da superfície continental tem sido consideravelmente alterada pelas atividades humanas, principalmente através da conversão em grande escala da vegetação natural por áreas de cultivos e pastagens. Essas mudanças na cobertura da superfície podem alterar o clima regional e global por meio de processos biofísicos e biogeoquímicos. Assim, o presente trabalho avaliou como a substituição da vegetação natural da caatinga por agropecuária, bem como a degradação da caatinga, podem causar modificações nos processos de superfície na região semiárida do Nordeste do Brasil (NEB), a qual é uma das mais vulneráveis do Brasil, do ponto de vista social, à mudança de clima. Para isto, foram realizados experimentos numéricos de conversão da cobertura da superfície utilizando-se o modelo Integrated Biosphere Simulator - IBIS. Por meio da conversão da cobertura vegetal, as características morfológicas e biofísicas da vegetação foram modificadas e por isso, causaram alterações nas componentes dos balanços de energia, de água e de carbono. O balanço de energia foi mais afetado pelo aumento do albedo decorrente da alteração da vegetação caatinga para agropecuária e para caatinga degradada. Além disso, as alterações do comprimento de rugosidade e das propriedades estomáticas da vegetação corroboraram para as alterações ocorridas nas trocas turbulentas entre a superfície e a atmosfera. Com relação às componentes do balanço de carbono, durante a estação chuvosa com a conversão da caatinga natural para agropecuária, houve um aumento da assimilação de CO2 (NEE) e com isso maior Produtividade Primária Líquida do ecossistema (NPP). O contrário ocorreu com a conversão para caatinga degradada, na qual a assimilação se manteve próxima de zero durante as horas do dia e NPP foi reduzida, o que pode ter ocorrido em função das alterações ocorridas no Índice de Área Foliar (IAF), tanto para a agropecuária, como para a caatinga degradada.
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