
Comportamento alimentar e imagem corporal em atletas
2003; Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte; Volume: 9; Issue: 6 Linguagem: Português
10.1590/s1517-86922003000600002
ISSN1806-9940
AutoresFátima Palha de Oliveira, Maria Lúcia Magalhães Bosi, Patrícia dos Santos Vigário, Renata da Silva Vieira,
Tópico(s)Adventure Sports and Sensation Seeking
ResumoO ambiente esportivo pode ser um meio ampliador de pressões socioculturais motivadas pelo ideal de corpo magro. A presente investigação teve o objetivo de verificar a presença de comportamentos sugestivos de transtornos do comportamento alimentar (TCAs), de alterações na imagem corporal e de disfunções menstruais em atletas da EEFD-UFRJ. Foram avaliadas 12 atletas do sexo feminino (20 ± 2,0 anos) com 4,6 ± 2,3 anos de treinamento (13,8 ± 2,9h/semana) e seus resultados foram comparados com os de 32 jovens não-atletas (15,0 ± 1,4 ano). A avaliação de atitudes e comportamentos relacionados com a alimentação e o controle de peso foi realizada pelo Eating Attitudes Test (EAT-26), a existência de comportamentos sugestivos de bulimia nervosa pelo Bulimic Investigatory Test Edimburgh (BITE) e o grau de insatisfação com a imagem corporal pelo Body Shape Questionnaire (BSQ). Esses são instrumentos de auto-aplicação e foram usados na versão em português. As atletas apresentavam massa corporal total de 59 ± 7,3kg, estatura de 1,65 ± 0,03m, percentual de gordura corporal (%G) 23,1 ± 4,1% e índice de massa corporal (IMC) de 21,6 ± 2,3kg/m². O BSQ apontou que 33% das atletas apresentam leve distorção da imagem corporal mesmo estando com valores para gordura corporal dentro de padrões esperados para a idade e sexo. O BITE apontou 16,6% das atletas com padrão alimentar não-usual na escala de sintomas, sem que estas apresentassem expressão na escala de gravidade. As atletas com padrão alimentar não-usual estão incluídas no total sugestivo de distorção de imagem corporal. O EAT-26 exibiu resultado negativo para todas as atletas. Os resultados encontrados na análise sugerem a presença de sintomas que não caracterizam, precisamente, a bulimia nervosa ou a anorexia nervosa, mas ressaltam a necessidade de avaliação e vigilância mais criteriosas da existência de TCA e seus precursores no ambiente esportivo, como forma de prevenção.
Referência(s)