Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Platão e o plágio de Epicarmo

2012; Universidade de Brasília; Imprensa da Universidade de Coimbra; Issue: 8 Linguagem: Português

10.14195/1984-249x_8_1

ISSN

2179-4960

Autores

Fernando Santoro,

Tópico(s)

Seventeenth-Century Political and Philosophical Thought

Resumo

O estudo da filosofia dos pitagoricos, bem como da filosofia dos pre-socraticos em geral, e inseparavel do estudo de sua transmissao e recepcao pelos filosofos que os seguiram. Sob tal perspectiva, examino um testemunho particularmente controverso dos textos escritos pelo comediografo Epicarmo. Como se sabe, ele e um dos mais antigos pensadores associados aos circulos pitagoricos. Este testemunho refere-se a uma longa passagem sobre Platao, que comeca no nono capitulo, Livro III, das Vidas e Doutrinas dos Filosofos Ilustres de Diogenes Laercio. Este testemunho interessa porque traz explicitamente a tona uma situacao de imitacao, ja que o texto e apresentado como prova em um caso de plagio. Especificamente, o caso de plagio esta dentro do contexto de uma controversia envolvendo a fundacao de um genero que apresenta grande importância para o desenvolvimento do discurso filosofico - o dialogo socratico. A passagem referida e importante para a historia da filosofia, uma vez que ajuda a reconstituir as diretrizes de Platao e do pensamento da Academia. A acusacao de plagio de alguma forma evoca as discussoes sobre o que Harold Cherniss chamou de “O enigma da Primeira Academia” em seu livro homonimo (1945). Outra preocupacao deste artigo diz respeito aos criterios de avaliacao de autenticidade na recepcao filologica de Epicarmo, que aparece nas edicoes criticas de suas obras.

Referência(s)