Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Novos biótipos pentaplóides do grupo Dilatata de Paspalum L. (Gramineae) no Sul do Brasil

2005; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA; Volume: 35; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/s0103-84782005000100009

ISSN

1678-4596

Autores

Ana Caroline de Carvalho Machado, José Francisco Montenegro Valls, Andréa del Pilar de Souza Peñaloza, Sileuza dos Santos,

Tópico(s)

Plant Taxonomy and Phylogenetics

Resumo

Paspalum dilatatum é uma gramínea nativa da América do Sul subtropical, com bom valor forrageiro e ampla variabilidade intraespecífica. Distintos tipos morfológicos, citológicos e reprodutivos têm sido citados para esta espécie. Paspalum dilatatum "Comum" é o biótipo de maior interesse agronômico. A constatação da importância da espécie como componente da produção de forragem de boa qualidade em campos naturais vem resultando em contínuo interesse pela possibilidade de seu melhor aproveitamento em cultivo. Entre o material do grupo Dilatata submetido à análise, seis acessos de classificação taxonômica não definida apresentaram morfologia distinta dos demais. Acredita-se que sejam resultantes de processos de hibridação natural em combinações antes desconhecidas. A análise mitótica evidenciou que todos possuem 2n=50 cromossomos. Três destes acessos mostraram características morfológicas intermediárias entre os biótipos "Virasoro" (4x, sexual) e "Uruguaiana" (6x, apomítico). A confirmação de ocorrência geográfica próxima reforça a hipótese de hibridação e evidencia uma ampliação da área de ocorrência do biótipo sexual envolvido neste cruzamento. Os outros acessos são, provavelmente, híbridos naturais entre P. dilatatum "Torres" e P. urvillei. Tais acessos mostram a inflorescência com eixo mais longo e com mais ramos que as plantas típicas do biótipo "Torres". A caracterização morfológica e citológica do material discrepante poderá levar ao estabelecimento de parâmetros seguros para sua diferenciação, que permitam sua inclusão em categorias taxonômicas adequadas. Sugere-se a origem destes novos biótipos pentaplóides distintos do "Comum", a partir de cruzamentos ocorridos no Sul do Brasil entre outros dois biótipos e espécies do grupo.

Referência(s)