Os estrangeirismos no léxico português: uma perspectiva diacrónica
2009; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 10-11; Linguagem: Português
10.11606/issn.2176-9419.v0i10-11p81-100
ISSN2176-9419
Autores Tópico(s)Linguistics, Language Diversity, and Identity
ResumoEste texto insere-se no domínio lexical, em particular no âmbito dos estrangeirismos, e adopta uma perspectiva diacrónica. O objectivo foi demonstrar que a Língua Portuguesa desde cedo se manifestou receptiva à entrada de palavras estrangeiras e que, por esse motivo, este fenómenolinguístico não é recente. Assim, pretendendo simultaneamente evidenciar o carácter dinâmico dalíngua, iniciou-se por mostrar que substratos e superstratos são o reflexo não só da História da Língua, mas também da História de vários povos, uma vez que sucessivas vagas foram deixando o seu cunho linguístico na Península Ibérica. Relativamente a os Latinismos mostrou-se que o passadonão desvanece, tendo tido os falantes o poder de uma espécie de revitalização anímica aquandoda época do Renascimento. Os sessenta anos sob domínio espanhol também tiveram consequências linguísticas, uma vez que se viveu um período em que a Língua Portuguesa e a Língua Castelhana conviviam lado a lado. Os grandes herdeiros da Língua Latina – os italianos – legam à LínguaPortuguesa contributos de índole linguística, sobretudo, no domínio artístico. No que concerne aos galicismos e aos anglicismos importa sublinhar que as “importações” são o resultado de uma conjuntura económica, política e, consequentemente, linguística vivida em países onde é falada. Muitos são os puristas que utilizam a língua como estandarte da nação. Mas, afinal, através destaperspectiva histórica, verificamos que a entrada de estrangeirismos é um processo que já vem dopassado, sem que por isso houvesse perda de identidade.
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