Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Transformação e persistência: Antropologia da alimentação e nutrição em uma sociedade indígena amazônica

2009; Volume: 18; Issue: 18 Linguagem: Português

10.11606/issn.2316-9133.v18i18p323-326

ISSN

2316-9133

Autores

Claude G. Papavero,

Tópico(s)

Child Nutrition and Water Access

Resumo

LEITE, Maurício Soares. Transformação e persistência: Antropologia da alimentação e nutrição em uma sociedade indígena amazônica. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, 2007, 239 p.A obra de Maurício Soares Leite: “Trans-formação e persistência: Antropologia da ali-mentação e nutrição em uma sociedade indígenaamazônica”, fruto de um doutorado em SaúdePública, propõe ao leitor um estudo de caso ex-tremamente interessante por seu enfoque quecombina as perspectivas analíticas de várias dis-ciplinas em torno das escolhas de provimentoe de consumo alimentar de uma comunidadeindígena. A preocupação do autor, “nutricio-nista transmutado em antropólogo”, com da-nos à saúde causados pelo empobrecimentodas dietas nativas e com a falta de eficácia dasações programadas pelo SUS no trato de gru-pos indígenas o estimulou a detalhar as solu-ções ideadas por uma sociedade indígena pararesolver problemas de subsistência alimentar.O pesquisador se debruçou, portanto, sobreos procedimentos de um grupo de trezentosíndios Wari’ (pertencentes à família lingüísti-ca Txapakura), que residiam em Santo André,uma aldeia situada no Estado de Rondônia, namargem esquerda do rio Pacáas Novos, juntoa um posto da FUNAI. A decisão de explicaras carências nutricionais da comunidade e asdoenças que a afligiam por meio de uma aná-lise quali-quantitativa dos ingredientes ingeri-dos em maio e em novembro 2003 (durantea estação seca e a estação úmida), de mensura-ções antropométricas da população, da obser-vação de seus hábitos alimentares cotidianos ede comentários dos índios sobre mudanças nadieta subseqüentes ao contato com os brancos,fundamentou o estudo. Especificou-se aindaa participação proporcional de diversas fontesprovedoras de gêneros comestíveis: roças, caça,pesca ou mercado regional (fornecedor de ali-mentos industrializados), na composição dasrefeições. De forma que, tanto o relato dos cul-tivos destinados ao consumo familiar e à vendana cidade de Guajará-Mirim, quanto a obser-vação das expedições de caça, de pesca ou decoleta (escalonadas em diversos momentos dociclo anual) permitiram ao autor analisar umelenco significativo de aspectos fisiológicos,ecológicos e sociais e apontar a complexidadedas motivações envolvidas nos procedimentosde produção e de consumo alimentar.

Referência(s)