Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Disfunção erétil: resultados do estudo da vida sexual do brasileiro

2006; Brazilian Medical Association; Volume: 52; Issue: 6 Linguagem: Português

10.1590/s0104-42302006000600023

ISSN

1806-9282

Autores

Carmita Helena Najjar Abdo, Waldemar Mendes de Oliveira, Marco de Tubino Scanavino, Fernando Gonini Martins,

Tópico(s)

Sexual function and dysfunction studies

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência da disfunção erétil (DE) e fatores de risco associados em amostra da população brasileira. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra de conveniência de 2.862 homens, maiores de 18 anos, por meio de questionário anônimo e auto-responsivo. A prevalência de DE na amostra foi obtida mediante questão global derivada diretamente da definição de DE. Os dados foram submetidos a testes Qui-quadrado e t de Student. Foram utilizadas análises de regressão logística para cálculos dos riscos. RESULTADOS: A prevalência encontrada de DE foi 45,1% (31,2% mínima, 12,2% moderada e 1,7% completa). Indivíduos com DE apresentaram comprometimento da auto-estima, dos relacionamentos interpessoais, menos relações sexuais por semana, mais relações extraconjugais, queixas de falta de desejo sexual e ejaculação rápida. Comparados aos homens com idades entre 18 e 39 anos, aqueles com 60 a 69 têm 2,2 (95% IC; 1,4-3,4; p < 0,01) mais risco para DE, enquanto para aqueles com 70 anos ou mais, a chance triplica (95% IC; 1,4-6,3; p < 0,01). Houve associação inversa entre nível educacional e risco para DE. Raça amarela, desemprego, alguma afiliação religiosa, história de tumor de próstata, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e depressão aumentaram a chance para DE. CONCLUSÃO: A prevalência de DE é alta e comparável à de outros estudos. Homens com DE apresentam menos atividade sexual e prejuízo da qualidade de vida. Idade e condição socioeconômica precária agravam o risco para DE. Ações terapêuticas e preventivas devem ser implementadas para minimizar o impacto negativo desta condição, particularmente em países em desenvolvimento.

Referência(s)