Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Avaliação dos sintomas emocionais e comportamentais em crianças portadoras de dermatite atópica

2005; Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul; Volume: 27; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s0101-81082005000300007

ISSN

1806-9398

Autores

Paulo T. L. Fontes Neto, Magda Blessmann Weber, Suzana Deppermann Fortes, Tânia Ferreira Cestari, Gabriela Fortes Escobar, Nicolle Mazotti, Bruna Barzenski, Tatiana Laufer da Silva, Mariana Soirefmann, Clarissa Pratti,

Tópico(s)

Gender Roles and Identity Studies

Resumo

INTRODUÇÃO: A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crônica da pele que apresenta um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, em conseqüência de episódios recorrentes durante a vida. Considerando estudos recentes que descrevem a associação entre aspectos psicológicos e DA, acredita-se que a investigação da existência de um possível perfil comportamental destas crianças possa auxiliar o desenvolvimento de intervenções psicoterápicas específicas, assim como aumentar o conhecimento sobre a doença. MÉTODOS: Este trabalho tem como objetivo realizar uma avaliação do perfil sociocomportamental de crianças portadoras de DA, comparando-as com crianças sem a doença. Neste estudo, do tipo caso-controle, foram incluídos dois grupos com idades entre 4 e 18 anos: o grupo-estudo, com pacientes portadores de DA que consultam no ambulatório do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), e o grupo-controle, composto por crianças e adolescentes sem doença dermatológica, matriculados em escola da rede pública de Porto Alegre. O tamanho estimado da amostra foi de 25 indivíduos em cada grupo. A coleta dos dados realizou-se através do Child Behavior Checklist (CBCL), validado no Brasil com o nome de Inventário de Comportamento da Infância e Adolescência. RESULTADOS: Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas duas dimensões globais (internalização e externalização), sendo que as crianças portadoras de DA mostraram mais sintomas relacionados com ansiedade, depressão, alterações de pensamento e comportamento agressivo quando comparadas com crianças sem a doença. CONCLUSÃO: Os resultados demonstram a necessidade de abordagens interdisciplinares no tratamento da criança com DA, valorizando não só as lesões dermatológicas, como também os aspectos emocionais dos indivíduos.

Referência(s)