
Moinhos de vento e varas de queixadas: o perspectivismo e a economia do pensamento
2004; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 10; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0104-93132004000200001
ISSN1678-4944
Autores Tópico(s)Religion and Society in Latin America
ResumoO artigo passa em revista uma série de confrontos entre o que poderíamos chamar de percepções "perspectivistas" e "naturalistas" do mundo: o processo de cristianização do ocidente medieval, o declínio da magia européia, o apogeu e crise da caça às bruxas no início da Idade Moderna e o argumento de um clássico, o Dom Quixote de Miguel de Cervantes. Trata-se, em cada caso, de motivos característicos da grande narrativa do triunfo da razão e do contraste entre o pensamento racional e seus contrários que, examinados em detalhe, mostram porém a coexistência de pensamentos, o caráter imediato e reversível de suas transformações. A noção de perspectivismo permite assim agilizar a descrição histórica das reformas epistemológicas e dessubstancializar as noções antropológicas de "racional" e "não-racional". No final do texto são sugeridas algumas vias de estudo sobre o encontro entre os xamanismos ameríndios (o universo do qual é tomada a noção de perspectivismo tal como aparece no artigo) e suas reelaborações recentes.
Referência(s)