Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Broncodilatação na DPOC: muito além do VEF1-efeito do salbutamol nas propriedades resistivas e reativas do sistema respiratório

2009; Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia; Volume: 35; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s1806-37132009000400006

ISSN

1806-3756

Autores

Gerusa Marítimo da Costa, Álvaro Camilo Dias Faria, Ana Maria Gonçalves Tavares Di Mango, Agnaldo José Lopes, José Manoel Jansen, Pedro Lopes de Melo,

Tópico(s)

Cystic Fibrosis Research Advances

Resumo

OBJETIVO: Atualmente existem importantes debates na literatura sobre a resposta broncodilatadora em pacientes com DPOC e se a variação do VEF1 pode ser considerada uma indicação completa de reversibilidade neste caso particular. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito do salbutamol nas propriedades resistivas e elásticas do sistema respiratório de portadores de DPOC. MÉTODOS: Foram avaliados 70 indivíduos com DPOC, classificados através da espirometria em dois grupos: broncodilatador (BD)-negativo (n = 39); e BD-positivo (n = 31). Utilizou-se a técnica de oscilações forçadas (TOF) para avaliar os seguintes parâmetros: a resistência no intercepto (R0), associada à resistência total do sistema respiratório; a resistência média (Rm), relacionada à resistência de vias aéreas centrais; e a complacência dinâmica (Cdyn); assim como o coeficiente angular da resistência (S) e a reatância média (Xm), relacionados com a homogeneidade do sistema respiratório. RESULTADOS: O uso do salbutamol resultou em reduções significativas de R0 (p < 0,00002) e Rm (p < 0,0002). Foram também observadas elevações significativas em S (p < 0,0001), Cdyn (p < 0,0001) e Xm (p < 0,00004). Estas alterações ocorreram tanto nos dois grupos, tendo sido observadas maiores modificações nos parâmetros da TOF do que nos parâmetros da espirometria. CONCLUSÕES: O uso de salbutamol melhorou o comportamento dos componentes resistivos e reativos do sistema respiratório dos pacientes com DPOC estudados. Estas mudanças ocorreram independentemente da classificação do exame empregando o VEF1, o que indica que a utilização deste parâmetro isoladamente pode não ser suficiente para identificar completamente os efeitos fisiológicos envolvidos.

Referência(s)