Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Mamíferos do Pleistoceno Superior de Afrânio, Pernambuco, nordeste do Brasil

2010; Associação Brasileira de Estudos do Quaternário (ABEQUA); Volume: 2; Issue: 1-2 Linguagem: Português

10.5380/abequa.v2i1-2.14182

ISSN

2176-6142

Autores

Fabiana Marinho Silva, César Felipe Cordeiro Filgueiras, Alcina Magnólia Franca Barreto, Édison Vicente Oliveira,

Tópico(s)

Ichthyology and Marine Biology

Resumo

Os mamíferos pleistocênicos são encontrados com frequência em toda a região Nordeste do Brasil. Os fósseis em geral ocorrem em tanques, lagoas, terraços fluviais, cavernas e ravinas. No estado de Pernambuco são registradas ocorrências de mamíferos pleistocênicos em 38 municípios. Neste trabalho, foram estudados aspectos taxonômicos e tafonômicos de paleofauna, preservada em lagoas da bacia do riacho Caboclo, tributário do rio São Francisco, em Afrânio, Pernambuco, Brasil. A pesquisa envolveu levantamento bibliográfico, cartográfico, trabalhos de campo e laboratoriais. Mais de 1.250 ossos, dentes e osteodermos foram estudados. A associação fossilífera é monotípica, poliespecífica, com os graus de fragmentação e desgaste variando em quatro classes. Os ossos foram preservados por conservação da composição química original, permineralização e substituição por calcita e por calcita magnesiana. Foi identificada uma diversificada fauna distribuída em cinco ordens (Tardigrada, Cingulata, Notoungulata, Proboscidea e Perissodactyla), sete famílias (Megatheriidae, Mylodontidae, Dasypodidae, Glyptodontidae, Toxodontidae, Gomphotheriidae e Equidae) com os taxa: Eremotherium laurillardi, Mylodonopsis ibseni, Panochthus greslebini, Holmesina paulacoutoi, Hoplophorus euphractus, Stegomastodon waringi, Toxodon platensis, equídeo e gliptodontideo indeterminados. Foram registrados pela primeira vez em Pernambuco os gêneros Hoplophorus e Mylodonopsis. A paleofauna é predominantemente herbívora, de um paleoambiente de savana ou cerrado. Através da datação por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE) de sedimentos depositados em camadas acima dos fósseis, estimou-se uma idade mais antiga do que 11.300±2.000 anos para a última fase de ocupação da megafauna na região.

Referência(s)