Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária

2010; UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA; Volume: 17; Issue: 55 Linguagem: Português

10.1590/s1984-92302010000400002

ISSN

1984-9230

Autores

Édi Augusto Benini, Élcio Gustavo Benini,

Tópico(s)

Political Economy and Marxism

Resumo

O propósito deste trabalho é tecer algumas reflexões, referentes à questão da autogestão, no contexto do movimento da chamada "economia solidária". Para tanto, o caminho aqui percorrido foi aquele que considera a realidade saturada de contradições e em constante transformação. Buscou-se ter como orientação epistemológica algumas categorias fundamentais, das quais se destacam: a perspectiva de totalidade, a centralidade do trabalho e a problemática da alienação. Observamos que a práxis do movimento de trabalhadores em se associarem é situada dentro da crise estrutural do capital, logo, tal movimento sugere duas perspectivas: como organizações funcionais ao sistema, logo, uma alternativa produtiva de geração de renda e de trabalho; e/ou como uma forma de resistência dos trabalhadores. Concluímos que, apesar da situação de funcionalidade, a lógica da acumulação dos empreendimentos ditos "solidários" não é um determinismo linear, mas, sim, um movimento de criar, continuamente, novos pontos de resistência, fruto das reiteradas tentativas de experimentar algum grau de autogestão no capitalismo, o que aponta para novas possibilidades históricas e políticas derivadas de uma consciência coletiva em construção.

Referência(s)