Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Cólera e gentes de cores ou o acesso aos socorros públicos no século XIX

2004; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 14; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s0103-73312004000200005

ISSN

1809-4481

Autores

Jane Felipe Beltrão,

Tópico(s)

Indigenous Health and Education

Resumo

A diversidade étnica no Grão-Pará, na época da cólera, está estampada nas categorias anotadas pelos profissionais de saúde, pelos viajantes e pelos publicistas que registraram as nuanças relativas à cor e à etnia de cada uma das vítimas da epidemia. Arrolados como indígenas, as vítimas caboclas, índias, e tapuias somam 205 almas; e, como negros, vítimas cafuzas, mamelucas, mulatas, pardas e pretas chegam a 646, enquanto os brancos somam 184. As gentes de cores abatidas pela epidemia constituem 82% dos mortos sepultados na Soledade. A cólera "escolhe" ou não suas vítimas? É cega em relação à condição social, à cor e à etnia dos grupos que flagela? São as perguntas que se fazem tendo como campo empírico a epidemia ocorrida no século XIX, e o acesso aos socorros públicos na Belém do Grão-Pará, trabalhando documentos depositados no Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) e no Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP).

Referência(s)