
Diagnóstico citológico de Ascus: sua importância na conduta clínica
2002; Sociedade Brasileira de Patologia Clínica; Volume: 38; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s1676-24442002000100009
ISSN1678-4774
AutoresDaisy N.O. Lima, Silvana Câmara, Maria das Graças G. Mattos, Riveka Ramalho,
Tópico(s)Genital Health and Disease
ResumoO termo "atipia de células escamosas de significado indeterminado" (Ascus) foi introduzido, em 1988, pelo Sistema Bethesda. A conduta clínica nesses casos é controversa. Outra dificuldade é a falta de uniformização de critérios citológicos dessa anormalidade, resultando em taxas de ocorrência discrepantes. Neste trabalho, estudamos 111 casos, incluídos nesta categoria citológica, concorrendo para uma taxa de 2,4% detectada num universo de 4.634 exames citológicos no período de um ano. Todas as pacientes foram avaliadas colposcopicamente, concomitantemente à colheita do material citológico cervicovaginal. Destas, 80 (72%) apresentavam anormalidades ao exame colposcópico, sendo realizadas 38 biópsias dirigidas (34%). A histopatologia mostrou cervicite crônica e/ou hiperplasia simples do epitélio malpighiano em 39% dos exames, com os 61% restantes apresentando lesões intra-epiteliais escamosas, variando de baixo grau em 20 casos (52%) a alto grau em três (9%). Predominaram os casos de infecção pelo HPV (39%). Estas taxas comprovam a estreita relação de Ascus com lesões pré-neoplásicas, inclusive aquelas de alto grau. Diante do significado clínico de Ascus estabelecido neste estudo, consideramos ser indicada biópsia dirigida em todos os casos de anormalidade colposcópica concomitante, sendo a histopatologia o meio mais fidedigno na avaliação destes casos.
Referência(s)