Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Diadorim: biopolítica e gênero na metafísica do Sertão

2013; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 21; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/s0104-026x2013000100010

ISSN

1806-9584

Autores

Márcia Tiburi,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Diadorim é a emblemática personagem da obra de Guimarães Rosa, avatar da donzela guerreira, símbolo de uma forte renúncia, que podemos afirmar feminista, aquela que se faz na negação do feminino para viver na liberdade do além-do-sexo. A análise de tal personagem permite avaliar a relação entre corpo e poder como fundamento da história conhecida da dominação de gênero. O objetivo deste trabalho é uma leitura feminista que permita investigar a dupla banda da sexualidade que envolve a figura de Diadorim. Homem e vivo enquanto vestido, mulher e morta no advento de sua nudez, Diadorim fará parte de uma história arquetípica, do topos da mulher/morta. Essa mulher morta é, assim, também a "mera vida" ou a "vida nua" que comparece na análise biopolítica contemporânea. O cruzamento de feminismo e biopolítica é o método de leitura dessa obra. Ele nos fará ver que a função da textualidade no patriarcado é tanto gozar sobre o corpo morto de uma mulher quanto devolvê-la à sua suposta natureza doméstica e antipolítica.

Referência(s)