Artigo Acesso aberto Revisado por pares

A intertextualidade conotada

1990; Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Universidade de São Paulo; Volume: 17; Issue: 8-9 Linguagem: Português

10.11606/issn.2316-7114.sig.1990.65498

ISSN

2316-7114

Autores

Eduardo Peñuela Cañizal,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

Diz Roland Barthes que, diante de uma foto, "a consciência não toma necessariamente a via nostálgica da lembrança (quantas fotografias estão fora do tempo individual), mas, sem relação a qualquer foto existente no mundo, a via da certeza: a essência da Fotografia consiste em ratificar o que ela representa". (1984: 127-128). Com base nessas palavras, tenho para mim que a hipótese levantada pelo famoso semioticista abre novos caminhos à compreensão de mensagens fotográficas, embora seja conveniente acautelar-se da idéia de que aquilo que a foto representa se reduz à reprodução de elementos exteroceptivos do mundo. É preciso admitir que as mensagens fotográficas representam também aspectos ou traços do mundo e das linguagens que interferem nos atos sociais que não são, forçosamente, visíveis. O fato de que toda fotografia seja "um certificado de presença", como reconhece o autor da Câmara Clara, não valida o princípio de que a presença de alguma coisa só se manifesta quando se torna palpável.

Referência(s)