A intertextualidade conotada
1990; Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Universidade de São Paulo; Volume: 17; Issue: 8-9 Linguagem: Português
10.11606/issn.2316-7114.sig.1990.65498
ISSN2316-7114
Autores Tópico(s)Linguistics and Education Research
ResumoDiz Roland Barthes que, diante de uma foto, "a consciência não toma necessariamente a via nostálgica da lembrança (quantas fotografias estão fora do tempo individual), mas, sem relação a qualquer foto existente no mundo, a via da certeza: a essência da Fotografia consiste em ratificar o que ela representa". (1984: 127-128). Com base nessas palavras, tenho para mim que a hipótese levantada pelo famoso semioticista abre novos caminhos à compreensão de mensagens fotográficas, embora seja conveniente acautelar-se da idéia de que aquilo que a foto representa se reduz à reprodução de elementos exteroceptivos do mundo. É preciso admitir que as mensagens fotográficas representam também aspectos ou traços do mundo e das linguagens que interferem nos atos sociais que não são, forçosamente, visíveis. O fato de que toda fotografia seja "um certificado de presença", como reconhece o autor da Câmara Clara, não valida o princípio de que a presença de alguma coisa só se manifesta quando se torna palpável.
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