
Frutos da castidade e da lascívia: as crianças abandonadas no Recife (1789-1832)
2007; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 15; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s0104-026x2007000100005
ISSN1806-9584
AutoresAlcileide Cabral do Nascimento,
Tópico(s)History of Medicine and Tropical Health
ResumoEste trabalho investiga o abandono de crianças no Recife, geradas nas relações castas e lascivas, sacramentadas e duvidosas, entre os anos de 1789 a 1832. Como provas da "fraqueza moral" ou "fruto da miséria", eram os "miúdos" abandonados às intempéries e aos animais carnívoros, deixados em portas de casas e igrejas, ruas e becos quando foi instituída a Casa dos Expostos que visava acolher e criá-los, salvaguardar a honra de moças de família e desestimular o infanticídio. Paradoxalmente, os discursos, as interdições e a normatização relativas à sexualidade e à religiosidade que regulavam a vida dos colonos foi também o esteio para o costume de se abandonar bebês. Os sinais e fragmentos desses "pequenos" são encontrados nos livros de batismos que falam de crianças sem família, vidas excedentes e indesejadas, como fica patente no alto índice de mortalidade dentro da Instituição.
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