Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Persistência e mudança em sociedades de "folk" no Brasil

2009; Volume: 18; Issue: 18 Linguagem: Português

10.11606/issn.2316-9133.v18i18p287-300

ISSN

2316-9133

Autores

Gioconda Mussolini,

Tópico(s)

Rural Development and Agriculture

Resumo

No Brasil, e muito particularmente no Es- tado de Sao Paulo, “zona velha” e “zona nova” de povoamento sao expressoes que correspon- dem nao so a areas geograficamente distintas, como tambem, pelo menos numa representa- cao ideal, a dois tipos extremos em materia de estabilidade social e de sedimentacao cultural. Quanto a primeira, encontramo-nos no do- minio da integracao cultural, da atividade ro- tinizada, de um ajustamento mais equilibrado do homem ao meio fisico, onde ainda se pode procurar pela vigencia de “folk ways”, “folk lore” e “folk songs” em pleno funcionamento se se quiser caracterizar, pela sua posse, uma populacao campesina ou rustica2. Quanto a segunda, deparamos com aquele quadro tipico que levou Pierre Monbeig a dizer que nas zo- nas pioneiras “em toda a parte, na cidade como no campo, o viajante sente que nada e estavel, nada e definitivo” (1952, p. 11). De um lado, portanto, a pouca mobilidade espacial e uma definicao assentada da posicao ecologica das varias cidades que exercem funcao de “centros de dominância” ou “capitais regionais”. De outro, o verdadeiro nomadismo daqueles in- dividuos que se habituaram a estar sempre no extremo de um trilho de estrada de ferro, na “boca do sertao”, no ponto da ultima arran- cada da “marcha para o oeste”, muito embora tenham deixado atras de si a situacao prospera de outro centro ainda novo e promissor; zona de intensa competicao entre as varias cidades pela disputa da posicao de dominância sobre as areas circundantes.

Referência(s)