Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Medida Socioeducativa de Internação: dos Corpos Dóceis às Vidas Nuas

2014; Conselho Federal de Psicologia; Volume: 34; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/1982-3703001682013

ISSN

1982-3703

Autores

Andréa Cristina Coelho Scisleski, Giovana Barbieri Galeano, Jhon Lennon Caldeira da Silva, Suyanne Nayara dos Santos,

Tópico(s)

Public Health in Brazil

Resumo

O presente artigo tem como objetivo a problematização dos modos pelos quais a tecnologia disciplinar, presente nas medidas socioeducativas de internação direcionadas aos jovens em conflito com a lei, vem sendo operacionalizada. Tomamos como fio condutor as reflexões de Michel Foucault e Giorgio Agamben para problematizar a vida enquanto objeto político a ser governado para determinado fim e que sofre intervenções não apenas para seu fortalecimento, mas que levam à desproteção jurídica e à morte política, ou mesmo biológica. A investigação se desenvolveu em três momentos metodológicos: oitiva de audiências na Vara da Infância e da Juventude, visita a uma unidade educacional de internação e leitura de processos jurídicos e das normativas legais voltadas para a população em questão. Assim, por meio do que encontramos na pesquisa, entende-se que a tecnologia disciplinar, do modo que vem sendo utilizada nas medidas socioeducativas de internação, assemelha-se mais a um dispositivo de controle com o objetivo meramente de docilizá-los, reduzindo o sujeito à vida nua; isto é, como mero corpo biológico que sofre efeitos de uma ação, do que propriamente um método socioeducativo como estabelecem o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.

Referência(s)