
Sonhos e craving em alcoolistas na fase de desintoxicação
2004; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 31; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0101-60832004000200002
ISSN1806-938X
AutoresRenata Brasil Araújo, Margareth da Silva Oliveira, Luciane Benvegnú Piccoloto, Karen Priscila Del Rio Szupszynski,
Tópico(s)Sleep and Work-Related Fatigue
ResumoO objetivo desta pesquisa foi avaliar a presença da relação entre os sonhos e craving em alcoolistas nos três primeiros dias de desintoxicação em unidades de internação hospitalar. Verificou-se se aqueles que tinham o craving aumentado relatavam sonhos com o tema "álcool" e analisou-se a qualidade do sono desses sujeitos. Foi um estudo transversal, de associação entre variáveis. A amostra foi de 77 sujeitos adultos do sexo masculino, dependentes de álcool, sem comorbidades clínicas ou psiquiátricas e não-dependentes de outras substâncias psicoativas, salvo a nicotina. Os instrumentos foram: entrevista estruturada; escala de avaliação do craving; questionário de avaliação do sono e dos sonhos; Mini-Mental State Examination e questionário Short-Form Alcohol Dependence Data. Quanto à fase inicial do sono, 67,6% considerou no mínimo satisfatória, 80,5% emitiu a mesma opinião quanto ao seu final, porém apenas 22,1% nunca apresentou interrupções durante o sono. Sonhar com álcool não foi um comportamento freqüente (27,3%), e a média de pontuação do craving foi "fraca", havendo associação entre sonhar com álcool e um aumento no craving (p < 0,001). Os sonhos podem ser mais bem aproveitados pelos profissionais da dependência química, devendo ser utilizados elementos sinalizadores de uma "situação de risco" nas técnicas de prevenção à recaída.
Referência(s)