Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Pescarias artesanais em comunidades ribeirinhas na amazônia brasileira: perfil socioeconômico, conflitos e cenário da atividade

2012; Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (ANPPAS); Volume: 15; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s1414-753x2012000200005

ISSN

1983-0211

Autores

Maria Alice Leite Lima, Carolina Rodrigues da Costa Dória, Carlos Edwar de Carvalho Freitas,

Tópico(s)

Coral and Marine Ecosystems Studies

Resumo

As comunidades tradicionais instaladas às margens do rio Madeira são influenciadas pela estreita relação com a natureza e o conhecimento aprofundado de seus ciclos. O pescado é um dos principais recursos explorados para subsistência e comercialização. Este estudo analisou o perfil socioeconômico e a atividade pesqueira de duas comunidades ribeirinhas do médio rio Madeira, São Carlos e Calama. Entrevistas com questionários semiestruturados foram aplicadas a um membro de cada família de pescadores destas comunidades, entre abril e agosto de 2009, totalizando 189 entrevistados. As questões incluíram o número de pescadores por família, escolaridade, idade, tempo que atua na pesca, associativismo, forma de comercialização, atividades econômicas complementares e rendimento médio mensal por atividade produtiva. Por meio de reuniões coletivas com os pescadores, levantaram-se informações sobre o Conhecimento Ecológico Local (CEL) das espécies e o ambiente, conflitos pesqueiros e cenários atuais. Os resultados indicaram que os pescadores destas localidades têm, em média, idade de 39 anos, e exercem a atividade há cerca de 20 anos. Mais de 60% têm apenas o ensino fundamental incompleto. Os principais conflitos estiveram relacionados com a fiscalização considerada inadequada e a falta de área de pesca. A construção dos mapas de cenários mostrou uma expectativa de aumento dos conflitos atribuindo a redução das áreas de pesca e ainda possíveis migrações de pescadores realocados devido à implantação das UHEs Jirau e Santo Antônio. O conhecimento gerado constitui um marco zero sobre aspectos sociais envolvendo a prática pesqueira na região estudada, e poderá subsidiar o gerenciamento dos recursos pesqueiros, garantindo a sustentabilidade.

Referência(s)