
Segurança do paciente na tríade assistência ensino pesquisa
2013; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; Volume: 34; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s1983-14472013000300001
ISSN1983-1447
AutoresJanete de Souza Urbanetto, Luíza Maria Gerhardt,
Tópico(s)Health, Nursing, Elderly Care
ResumoA assistencia segura tem sido o tema central de discussoes na area da saude em quase todas as partes do mundo. A Organizacao Mundial da Saude (OMS) tem lancado, isoladamente ou em parceria com outras organizacoes, varios desafios e diretrizes com o intuito de fornecer subsidios para a discussao das realidades locais e, especialmente, para que as instituicoes de saude tenham um ponto de partida para implantar e promover medidas de seguranca imperativas e urgentes. O tema nao e novo, ao contrario, e tao antigo quanto o cuidado a saude. No entanto, sua importância e os altos riscos associados a assistencia a saude comecaram a ser reconhecidos a partir da publicacao, em 1999, do relatorio do Institute of Medicine dos Estados Unidos, To Err is Huma(1). No Brasil, o Ministerio da Saude instituiu, em abril deste ano, o Programa Nacional de Seguranca do Paciente, em ressonância com o apelo individual e/ou coletivo dos profissionais da saude e da populacao em geral por uma atencao segura, livre de incidentes que posam gerar danos a saude da pessoa. Na enfermagem, profissionais vinculados ao ensino, assistencia, pesquisa e estudantes de graduacao/pos- -graduacao vem se mobilizando voluntariamente desde 2008 para criar e desenvolver a Rede Brasileira de Enfermagem e Seguranca do Paciente (REBRAENSP). Quase todos os estados do pais tem polos e nucleos da REBRAENSP, criando espacos valiosos de debates com repercussao para as praticas assistenciais, de ensino e de pesquisa. Para que o cuidado seja seguro, e necessario construir uma cultura de seguranca, definida pelo Programa Nacional de Seguranca do Paciente(2) como: cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais envolvidos no cuidado e gestores, assumem responsabilidade pela sua propria seguranca, pela seguranca de seus colegas, pacientes e familiares; cultura que prioriza a seguranca acima de metas financeiras e operacionais; cultura que encoraja e recompensa a identificacao, a notificacao e a resolucao dos problemas relacionados a seguranca; cultura que, a partir da ocorrencia de incidentes, promove o aprendizado organizacional; e cultura que proporciona recursos, estrutura e responsabilizacao para a manutencao efetiva da seguranca. Como se pode ver, os desafios para o desenvolvimento da cultura de seguranca do paciente sao imensos, mas nao intransponiveis, e englobam a necessidade de estabelecimento de estrategias efetivas em tres âmbitos: formacao de profissionais da saude, assistencia em todos os niveis de atencao a saude e pesquisa. No ensino o tema da seguranca do paciente deve perpassar todo o curriculo e enfocar especificidades de riscos e medidas preventivas de dano nos variados cenarios de assistencia a saude. Deve ser desenvolvido por meio de acoes de ensino-aprendizagem em que o aluno e o educador experienciem praticas significativas, que repercutam em uma atuacao segura ao longo da formacao e que se sustentem tambem na atuacao profissional. Para tanto, os educadores precisam manter estrategias de educacao permanente/continuada e os projetos pedagogicos dos cursos de graduacao/pos-graduacao e tecnicos precisam de alinhamentos claros, para que este aspecto nao seja minimizado dentre outros tao importantes no ensino em saude.
Referência(s)