Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A banalização da mentira como uma das perversões da sociedade contemporânea e sua internalização como destrutividade psíquica

2007; Associação Brasileira de Psicologia Social; Volume: 19; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s0102-71822007000300014

ISSN

1807-0310

Autores

Ângela Maria Pires Caniato,

Tópico(s)

Psychology and Mental Health

Resumo

Na contemporaneidade, a mentira constitui um dos principais atributos das relações sociais, instituindo-se como valor eticamente perverso; manifesta-se como ideologia ou é expressa cinicamente como "mentira manifesta"; a lei é a da hipocrisia normatizada entre os sujeitos; revela-se sob as sutilezas enganosas e opressivas da burocracia, em certas justificativas cínicas de segredo ou de sigilo; destrói as manifestações do desejar, sentir, pensar e agir e esvazia o respeito à alteridade dos indivíduos; apresenta-se potencializada pela cumplicidade, mesmo que inconsciente, dos indivíduos, que a reproduzem em vínculos de farsa. O poder de difusão da mentira sustenta-se na banalização da malignidade que atravessa a vida dos homens. A mentira produz e difunde a atribuição de periculosidade a certos grupos e/ou nações - "os terroristas" - para justificar ações bélicas contra povos com fins prioritariamente econômicos.

Referência(s)