
Petrografia, geoquímica e geocronologia das rochas do orógeno Rio Alegre, Mato Grosso: um registro de Crosta oceânica mesoproterozóica no SW do Cráton Amazônico
2004; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 4; Issue: 1 Linguagem: Português
10.5327/s1519-874x2004000100005
ISSN2316-9095
AutoresJoão Batista de Matos, Johann Hans Daniel Schorscher, Mauro César Geraldes, Maria Zélia Aguiar de Souza, Amarildo Salina Ruiz,
Tópico(s)Geography and Environmental Studies
ResumoAs rochas vulcano-sedimentares do orógeno do Rio Alegre ocorrem no SW do Cráton Amazônico e compreendem rochas vulcânicas máficas e ultramáficas, rochas sedimentares químicas, além de rochas intrusivas máficas a félsicas. Toda a associação apresenta metamorfismo na facies xisto-verde a anfibolito baixo. Estudos petrológicos, geoquímicos e geocronológicos permitiram a subdivisão destas rochas nas seguintes unidades: Formação Minouro (base), Santa Izabel (intermediária) e São Fabiano (topo). A Formação Minouro compreende rochas vulcânicas básicas e ultrabásicas associadas a cherts e formação ferrífera bandada. Dados de litogeoquímica indicam sua origem em bacia de retroarco ou cadeia meso-oceânica. A Formação Santa Izabel compreende lavas ácidas a intermediárias e rochas piroclásticas. A assinatura química destas rochas sugere sua geração em arcos de ilhas, o que é corroborado pelos dados U-Pb em zircão em duas rochas metadacíticas (idades de 1509 ± 10 Ma e 1503 ± 14 Ma) e T DM de 1,54 Ga e 1,48 Ga e valores de µNd(t) de + 4,3 e + 4,8 (respectivamente), indicando derivação mantélica. A Formação São Fabiano é constituída por rochas metassedimentares cujas composições químicas sugerem derivação a partir das rochas vulcânicas subjacentes. As rochas intrusivas básicas e ultrabásicas constituem complexos gabróicos diferenciados serpentinizados e seus resultados químicos indicam geração por processo de fracionamento magmático. As rochas intrusivas máficas e félsicas associadas são representadas por gabros, dioritos e granitos. As análises U-Pb em zircão nestas rochas indicaram idades entre 1481 ± 47 Ma e 1449 ± 07 Ma e T DM variando entre 1,70 Ga e 1,52 Ga com valores de µNd(t) entre + 4,1 e + 2,6 indicando também magmas manto-derivados. Os estudos petrográficos, geoquímicos e isotópicos indicam que as rochas vulcânicas básicas e ultrabásicas aqui estudadas foram geradas em ambiente de cadeia meso-oceânica ou de retroarco. As rochas vulcânicas básicas a intermediárias provavelmente foram geradas em ambiente de arco de ilha, cujas idades de cristalização apontam para o período entre 1509 - 1503 Ma. Estas rochas foram posteriormente intrudidas por rochas máficas e félsicas sugerindo a evolução de um mesmo arco magmático. Metamorfismo na facies xisto-verde a anfibolito baixo, além de transposição e milonitização são possivelmente associados com processos colisionais com o Cráton Amazônico ainda no Mesoproterozóico.
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