Misticismo do cálculo e a ascese consumista: razão e fé no "crer sem pertencer" e no neopentecostalismo
2010; Instituto de Estudos da Religião; Volume: 30; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s0100-85872010000100005
ISSN1984-0438
Autores Tópico(s)Religion and Society in Latin America
ResumoA cultura do cálculo engendra duas formas de individualização: 1) o isolamento do indivíduo como "peça" nos processos formalizados (nos repetitivos ciclos do consumo e na lógica organizacional da burocracia), o qual coloca a consciência numa condição de heteronomia; 2) a liberdade do homem decorrente da possibilidade de controlar a natureza física e social, que desenvolve uma condição de autonomia da consciência. Na última vertente, o cálculo acaba por lidar com seus próprios limites e, portanto, está destinado a agir no limiar do misticismo. As duas principais formas de desinstitucionalização religiosa de nossos dias, quais sejam, a representada pelos movimentos neopentecostais (de recorte consumista) e a chamada "secularização encantada" (de recorte místico), remontam àquelas duas forças individualizantes da cultura do cálculo.
Referência(s)