Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Saberes e práticas médicas e a constituição da identidade pessoal

2006; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 16; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/s0103-73312006000100004

ISSN

1809-4481

Autores

Clara Virgínia de Queiroz Pinheiro,

Tópico(s)

Women's cancer prevention and management

Resumo

O objetivo deste artigo é examinar a relação entre práticas de saúde e a constituição da identidade pessoal. Nosso ponto de partida é a tese foucaultiana de que a medicina moderna inaugura um campo de conhecimento científico sobre o corpo, tendo em vista sua objetivação a partir da referência à morte. O lugar central do corpo no domínio médico possibilita uma forma de relação do sujeito consigo mesmo na qual a consciência de si como singularidade, ou seja, como eu mesmo, se confunde com a individualidade orgânica. Pressupomos que no contexto da clínica a formação da identidade se caracteriza pelo fato de estar circunscrita aos limites da corporeidade. Entretanto, na atualidade, com a biomedicina, o corpo se torna objeto de manipulação do indivíduo, transformando a relação de identidade entre subjetividade e corporeidade. Desencarnada, a identidade pessoal se torna realidade freneticamente mutante.

Referência(s)