Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A circulação de fórmulas discursivas em livros ilustrados

2014; Volume: 9; Issue: 2 Linguagem: Português

10.5335/rdes.v9i2.3857

ISSN

2236-5400

Autores

Patrícia Ferreira Neves Ribeiro,

Tópico(s)

Linguistics and Language Studies

Resumo

Nesta pesquisa, procede-se a investigacao do emprego de formulas discursivas – conforme definicao de Alice Krieg-Planque (2010) – e de suas alteracoes em livros infantis ilustrados. Considerando-as como um produtivo espaco para a difusao da estereotipia – da perspectiva de Amossy (1991) e Amossy e Hershberg Pierrot (1997) – e de seu simultâneo deslocamento, deseja-se problematizar o uso de formulas discursivas (re)enunciadas no universo dos livros ilustrados para criancas, com vistas a esclarecer os possiveis jogos de poder instaurados e a contribuir para a formacao do leitor “aprendiz”. Com efeito, deseja-se verificar se as formulas (re)enunciadas funcionam apenas como um regime proprio de citacao de enunciados (des)cristalizados, ou como, efetivamente, mecanismos estrategicos para a construcao de determinados sentidos, os quais “falam” discursivamente sobre a maneira como os valores e principios de uma comunidade sao postos em narrativa e sustentam certos imaginarios sociodiscursivos – conforme nocao tomada da semiolinguistica de Charaudeau (2006, 2007, 2008, 2010). Para a realizacao do estudo, esta pesquisa debruca-se sobre um corpus formado pelos livros No caminho de Alvinho tinha uma pedra..., de Ruth Rocha e Ivan Zigg, e Julieta de bicicleta, de Liana Leao e Marcia Szeliga. No âmbito dos procedimentos de analise, o corpus e submetido a uma “radiografia” feita em nivel qualitativo, visando a descricao e a avaliacao das opcoes sintatico-semânticas e lexicais de (re)construcao das formulas discursivas. Como fundamentacao teorica, adota se, tambem, para a confeccao do trabalho, no quadro da teoria francesa de analise do discurso, a nocao de detournement, cunhada por Gressilon e Maingueneau (1984).

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