Artigo Acesso aberto Produção Nacional

AINDA MOFADO: UM BREVE ENSAIO SOBRE BOLOR, DE AUGUSTO ABELAIRA

2013; Volume: 5; Issue: 10 Linguagem: Português

10.11606/issn.2175-3180.v5i10p85-96

ISSN

2175-3180

Autores

Rodrigo Ferreira Barros Ségges,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

Escrever para entender o que se passa. A escrita como necessidade para um casal cujo silêncio da existência e da convivência conjugal representa, no microcosmo social, todo o peso político por que passa Portugal no período salazarista. Essas são as linhas teórico e ficcional com as quais Abelaira constrói o romance metaficcional Bolor. Pela falta de uso, a linguagem se embolora, põe-se, pela enunciação, entre parênteses à espera de que as condições sociais melhores, ou de que a leitura faça pertinente os sentidos possíveis na comunicação que só a literatura é capaz de instaurar. Por isso, o presente ensaio propõe uma leitura mais radical para um romance pouco convencional, capaz, então, de instaurar e de reforçar pela tecnologia da escrita a importância de uma resignificação da memória. Sendo assim, o limite entre ficção e realidade, a especificidade da linguagem no fazer da representação e da modernidade e os símbolos possíveis para uma escrita fora dos limites da autoria serão trazidos à baila na leitura empreendida em “Ainda mofado: um breve ensaio sobre Bolor, de Augusto Abelaira”. A partir de um pastiche, o referido ensaio pretende aliar o movimento de leitura realizado a algumas contribuições teóricas de Sartre, Barthes, Hutcheon, Agamben e Compagnon.

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