Artigo Acesso aberto Revisado por pares

A relação exemplar entre autor e revisor (e outros trabalhadores textuais semelhantes) e o mito de Babel: alguns comentários sobre História do Cerco de Lisboa, de José Saramago

2003; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO; Volume: 19; Issue: spe Linguagem: Português

10.1590/s0102-44502003000300012

ISSN

1678-460X

Autores

Rosemary Arrojo,

Tópico(s)

History, Culture, and Society

Resumo

Este trabalho faz parte de uma série de textos que tenho dedicado ao exame do tratamento dispensado ao tradutor (e a outros "trabalhadores" textuais semelhantes como intérpretes, revisores, críticos e leitores profissionais) em alguns textos de ficção. Especificamente neste ensaio, examino as relações que se estabelecem entre o narrador (como porta-voz do Autor) e o revisor "subversivo" Raimundo Silva no romance de José Saramago, História do Cerco de Lisboa. Como na maioria das abordagens teóricas e como na opinião que o senso comum tipicamente reserva a esse tipo de trabalho textual, o livro de Saramago sugere que, a partir da perspectiva autoral, o que se deve proteger é a alegada "sacralidade" do original, como propriedade privada do Autor, e somente a este se reserva o direito à criatividade e a uma vida (pessoal e profissional) plena.

Referência(s)