ARCABOUÇO E EVOLUÇÃO ESTRUTURAL DO ARCO DE PONTA GROSSA NO GRUPO SÃO BENTO (MESOZÓICO): IMPLICAÇÕES NA HIDRODINÂMICA DO SISTEMA AQÜÍFERO GUARANI E NA MIGRAÇÃO DE HIDROCARBONETOS NA BACIA DO PARANÁ
2003; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; Volume: 52; Linguagem: Português
10.5380/geo.v52i0.4214
ISSN0067-964X
Autores Tópico(s)Geochemistry and Geologic Mapping
ResumoO presente trabalho teve como objeto de estudo as estruturas tectônicas presentes nas rochas do Grupo São Bento (Mesozóico da Bacia do Paraná), mais especificamente onde a faixa aflorante dos quartzo-arenitos das Formações Pirambóia e Botucatu é secionada pelo Arco de Ponta Grossa, região centro-norte do estado do Paraná. Análises estruturais descritiva, cinemática e dinâmica foram utilizadas na interpretação dos dados fotogeológicos, de campo e modelos digitais de terreno. O Arco de Ponta Grossa, uma das mais proeminentes estruturas da Bacia do Paraná, promove intensa segmentação tectônica das rochas da bacia e é acompanhado por um dos mais expressivos enxames de diques do planeta. O mesozóico é a principal época de atividade do arco, o qual apresenta estreita relação com os magmáticos e epirogenéticos que levaram à abertura do Oceano Atlântico Sul, cujos reflexos na bacia são, além do próprio arco, os magmatitos intrusivos e extrusivos juro-cretáceos da Formação Serra Geral (Grupo São Bento). Compreender o arcabouço, evolução, compartimentação estrutural e Morfoestrutural da área define o objetivo central da pesquisa. Como objetivos conseqüentes deste, temos: 1) compreender a influência do arcabouço estrutural na hidrodinâmica do Sistema Aqüífero Guarani (um dos maiores do mundo), cujas rochas-reservatório são representadas pelas Formações Pirambóia e Botucatu; 2) implicações da evolução estrutural na migração de hidrocarbonetos no Sistema Petrolífero I-RB/P (Irati - Rio Bonito/Pirambóia), visto que as deformações estudadas são contemporâneas aos momentos críticos deste sistema petrolífero. Contíguo aos objetivos supracitados, a presença de uma diversidade de estruturas tectônicas penecontemporâneas na Formação Rio do Rasto (Grupo Passa Dois - Permiano Superior) motivou a descrição e interpretação expedita das mesmas. São relacionadas ao evento orogenético de colisão do Bloco da Patagônia com a Plataforma sul-americana, no intervalo Neo-Permiano a Neo-Triássico (Orogenia Sanrafaélica). A área de estudo apresenta-se compartimentada por dois conjuntos de estruturas tectônicas principais, N40-55W e N40-60E (secundária), além de feições esparsas de direção E-W e N-S. Dois eventos tectônicos (D1 e D2) foram responsáveis pela geração e reativação das estruturas rúpteis das rochas do Grupo São Bento na área: D1) atuou no Eo-Cretáceo e apresenta regime tectônico predominantemente extensional, com componente direcional dextral nas falhas noroeste; responsável pela colocação dos diques; D2) compreende a maior quantidade de fraturas observadas nos afloramentos, deformação nos arenitos. Apresenta regime transtensional e o SHmáx varia entre NE-SW e ESE-WNW, com intervalo de atuação do Neo-Cretáceo ao Terciário. O arcabouço estrutural do Arco de Ponta Grossa promove inflexões e compartimentações nas curvas potenciométricas do SAG, que somadas ao condicionante regional do fluxo, controlado pelo mergulho regional das camadas, condiciona a hidrodinâmica do aqüífero. Os eventos tectônicos D1 e D2 promovem dois momentos de formação/destruição de trapas estruturais, que por sua vez condicionam pulsos de migração de hidrocarbonetos através das falhas enquanto estas apresentam-se ativas.
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