
Ser e não ser gente: dinâmicas da feitiçaria no alto Xingu
2013; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 19; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0104-93132013000200005
ISSN1678-4944
Autores Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoBaseado em uma pesquisa de campo com os Aweti, grupo tupi do alto Xingu, o artigo propõe uma reflexão sobre as particularidades da agressão mágica xinguana no cenário amazônico, relacionando técnicas, campos de incidência e efeitos políticos de tais práticas. Contrariando uma imagem corrente na etnologia regional, os xinguanos sempre identificam a fonte de seus maiores sofrimentos com a ação de pessoas bastante próximas, frequentemente coaldeãos da vítima, e sempre outros xinguanos, isto é, integrantes do que Ellen Basso denominou de "comunidade moral" xinguana: um conjunto multiétnico de aliados que se define, idealmente, pela abdicação da violência entre si. A hipótese central deste trabalho é que a feitiçaria xinguana deveria ser pensada como parte de um mecanismo de produção de inimizade que, operando a partir das relações cotidianas, faz com que o esforço histórico de produção de identidade comunitária pareça nunca se completar.
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