Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Em outra coisa não falavam os pardos, cabras, e crioulos: o "recrutamento" de escravos na guerra da Independência na Bahia

2002; National History Association; Volume: 22; Issue: 43 Linguagem: Português

10.1590/s0102-01882002000100007

ISSN

1806-9347

Autores

Hendrik Kraay,

Tópico(s)

History of Medicine and Tropical Health

Resumo

Este artigo analisa o recrutamento de escravos para as forças patriotas durante a guerra pela independência brasileira na Bahia (1822 a 1823) e faz uma distinção entre os recrutamentos de escravos e de homens livres e libertos de cor, freqüentemente confundidos. O alistamento de escravos durante esse conflito foi uma medida improvisada pelo comandante brasileiro, e não havia promessas de liberdade para os escravos. Depois do conflito, o governo brasileiro mandou alforriar os escravos que serviram, compensando seus donos. Ao mesmo tempo, autoridades lidaram com a grande quantidade de homens de cor alistados durante a guerra, contraste marcante à fileira principalmente branca do final da época colonial. A participação de soldados libertos no Levante dos Periquitos de 1824 serviu de pretexto para deportá-los, e também soldados não-brancos, da guarnição baiana. Dessa maneira, autoridades restauraram a demarcação entre escravo e soldado, obscurecida de forma inaceitável durante a guerra.

Referência(s)