Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Lactobacilos e bifidobactérias nas fezes de crianças escolares de dois estratos socioeconômicos: moradores em uma favela e alunos de uma escola particular

2009; Elsevier BV; Volume: 85; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s0021-75572009000400007

ISSN

1678-4782

Autores

Ricardo M. P. de Mello, Mauro Batista de Morais, Soraia Tahan, Lígia Cristina Fonseca Lahoz Melli, Mirian Silva do Carmo Rodrigues, Carolina Santos Mello, Isabel C. A. Scaletsky,

Tópico(s)

Breastfeeding Practices and Influences

Resumo

OBJETIVO: Determinar o número de colônias de lactobacilos e bifidobactérias nas fezes de crianças escolares, pertencentes a dois estratos socioeconômicos. MÉTODOS: Foram analisadas amostras de fezes de crianças com idade entre 6 e 10 anos sem sintomas gastrointestinais ou uso recente de antimicrobianos. O primeiro grupo foi constituído por 86 crianças, moradoras em uma favela localizada no município de Osasco (SP). O segundo grupo foi constituído por 36 crianças matriculadas em uma escola particular da mesma cidade. O estado nutricional foi avaliado usando o índice de massa corporal (IMC) de acordo com os valores de referência do National Center for Health Statistics (NCHS). O isolamento das colônias foi realizado em meios de cultura específicos em anaerobiose, durante 48 e 72 horas a 37 °C. A determinação do número foi feita pelo método da contagem em placa. RESULTADOS: A mediana de lactobacilos (1,125 x 10(9) unidades formadoras de colônia, UFC/g) e bifidobactérias (1,675 x 10(9) UFC/g) na escola particular foi superior (p < 0,001) ao do grupo da favela: 0,250 x 10(9) e 0,350 x 10(9) UFC/g, respectivamente. No grupo da favela, crianças com escore z de IMC < -1,0 desvio padrão (n = 28) apresentaram menor mediana (p < 0,05) de lactobacilos (0,100 x 10(9) UFC/g) e bifidobactérias (0,095 x 10(9) UFC/g) em relação às crianças com IMC > -1,0 desvio padrão (n = 57): 0,350 x 10(9) e 0,420 x 10(9) UFC/g, respectivamente. CONCLUSÃO: A microbiota de crianças escolares que moram em condições ambientais desfavoráveis apresenta menor número de colônias de lactobacilos e bifidobactérias nas fezes, especialmente naquelas com menores valores do IMC.

Referência(s)