
Em análise a Cooperação “Sul-Sul”: Ruptura Ideológica ou Reprodução?
2014; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 12; Issue: 25 Linguagem: Português
10.5007/2175-7984.2013v12n25p65
ISSN2175-7984
AutoresDanielle Regina Ullrich, Rosinha da Silva Machado Carrion,
Tópico(s)Brazilian History and Foreign Policy
ResumoO modelo Norte-Sul de cooperação internacional para o desenvolvimento, cuja origem remete ao período pós- Segunda Guerra Mundial, apoiou-se, historicamente, em um discurso que atribuía aos países centrais, ou do "Norte", dada sua maturidade institucional e superioridade técnica, legitimidade para definirem as regras e os procedimentos a serem observados pelos países na periferia do sistema mundo, para acederem ao propalado "desenvolvimento". Modelo este que, conforme um contingente significativo de pesquisadores (BARBANTI JUNIOR, 2005; SANTOS FILHO, 2005; AFONSO; FERNANDES, 2005; SÁNCHEZ, 2002), contemplaria, essencialmente objetivos de natureza econômica e política das potências centrais. Todavia, ao conquistarem reconhecimento econômico no plano internacional, países emergentes como o Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul estariam estabelecendo, entre si, assim como com outros países do "Sul", relações de parceria e cooperação às quais, também conforme um contingente expressivo de pesquisadores (XALMA, 2011; PUENTE, 2010; AYLLÓN PINO, 2012), se distinguiriam do modelo anterior pela ênfase atribuída a valores como a solidariedade e a equidade, no que tange à distribuição equitativa dos benefícios entre os países envolvidos nas ações de cooperação. De natureza teórica, o presente artigo questiona, em que medida essa tese se sustenta? Ou, dizendo de outro modo, em que medida o modelo de cooperação internacional Sul-Sul associado à promoção do desenvolvimento constitui-se em uma ruptura paradigmática com o modelo de cooperação Norte-Sul?
Referência(s)