Técnicas da carta-perdida como instrumento de pesquisa social: um estudo sobre preconceito e ajuda
1998; Springer Science+Business Media; Volume: 11; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s0102-79721998000100007
ISSN1678-7153
AutoresAbelardo Vinagre da Silva, Hartmut Günther, Andréa de Almeida Lara, Ludmila Fernandes da Cunha, Vânia Jussara da Silva Almeida,
Tópico(s)Social Representations and Identity
ResumoA técnica da carta perdida foi adaptada para o contexto cultural brasileiro. Trezentas cartas endereçadas e seladas, foram colocadas "por engano", simulando perda, nos pára-brisas de veículos em dois estacionamentos. Um bilhete anexo explicava que o autor se desencontrara do amigo, "dono do carro". O bilhete variou, dando a entender que seu autor era masculino ou feminino (fator 1); tinha características pessoais distintas: homossexual, negro ou grupo controle (fator 2); permitindo a possibilidade de contatos telefônicos, ou não (fator 3), num delineamento 2 x 3 x 2. Quem encontrava a carta, podia enviá-la (comportamento pró-social) ou descartá-la. Sessenta e um por cento das cartas foram enviadas. Nenhuma diferença significativa foi encontrada em função das características dos três grupos (controle, negro ou homossexual), de gênero, da interação destes fatores. A possibilidade de telefonar para o remetente, aumentou significativamente o envio de cartas. A técnica mostrou-se promissora por possibilitar, enquanto instrumento não-reativo, o estudo de preconceito e ajuda.
Referência(s)