Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Um Trágico Final Feliz

2014; University of Coimbra; Volume: 1; Issue: 2 Linguagem: Português

10.14195/2182-8830_1-2_7

ISSN

2182-8830

Autores

Maria Joana Melo,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Este artigo trata a questão do final feliz na primeira manifestação cultural audiovisual que foi a tragédia grega, relacionando características típicas da tragédia e do melodrama, tais como as soluções ex-machina e o alogon aristotélico, o pathos, as lágrimas e os lamentos, principais motivos da crítica de Platão àquela arte. Seguindo a Poética de Aristóteles, incidi na contradição entre os capítulos 13 e 14, em que se prescreve respetivamente um final infeliz e feliz. Concluí que a tragédia grega não difere do melodrama no que são as características apontadas como exclusivas da primeira, diferindo noutras, muito estanques, definidas por Aristóteles e que, até hoje, não permitem permeabilidade entre formas altas e baixas da cultura de massas, indicando, ao contrário do que a bibliografia afirma, que não se deve a Aristóteles o desvio da tragédia grega para o melodrama.Abstract This paper addresses the happy ending in Greek tragedy – viewed as the first audiovisual mass-culture manifestation –, connecting features specifically assigned to tragedy and melodrama, such as ex-machina endings and the Aristotelian alogon, pathos, tears and moans, which gave Plato the main reason to oppose that form of art. Following Aristotle’s precepts in the Poetics, I will focus on the contradiction between chapters 13 and 14, in which he prescribes a happy and an unhappy ending. I have concluded that there is little difference between tragedy and melodrama as pertains to the exclusive features of Greek tragedy, but that there is a great difference when focusing on the features proposed by Aristotle, who therefore can not be held responsible for the shifting of tragedy towards melodrama. DOI: http://dx.doi.org/10.14195/2182-8830_1-2_7

Referência(s)