Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A geografia do crime: violência nas Minas Setecentistas

2006; UNIVERSIDADE EST.PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO; Volume: 25; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/s0101-90742006000100012

ISSN

1980-4369

Autores

Rodrigo Leonardo de Sousa Oliveira,

Tópico(s)

Social and Economic Solidarity

Resumo

, a autora procurou analisar o comportamento de determinadas quadrilhas localizadas nos sertoes mineiros, areas onde o poder da Coroa nao conseguia penetrar. A obra consolidou algumas analises ja trabalhadas pela autora em palestras, artigos ou capitulos de livros, mesmo que um e outro possa ter partido de perspectivas opostas. Mas o que importa e o seu grande empreendimento em relacionar os espacos da violencia com fatores essencialmente politico-administrativos. Anastasia procurou defender a tese de que a indisciplina e o descompasso na acao das autoridades mineiras colaborou de forma decisiva para a generalizada desorganizacao administrativa, os variados conflitos, os levantamentos da populacao e as dificuldades da Coroa em submeter a populacao da capitania mineira (Anastasia, 2005: 47). A manutencao do equilibrio social, nessa regiao, esbarrou na autonomizacao burocratica. Seguindo essa premissa, a autora procurou reconhecer a forma pouco consensual de se tratar a politica colonizadora e a administracao portuguesa. No entanto, ha certo consenso quando se fala do sucesso da imposicao da ordem publica e a eficacia do aparelho burocratico repressivo e fiscalizador nas Minas setecentistas. Raymundo Faoro e Caio Prado Junior sao exemplos dessa posicao. O primeiro considerava que a camada dos fieis agentes da Coroa conseguiu neutralizar os diversos tipos de violencia nas Minas. O ultimo, apesar de relativizar a posicao de Faoro, nao considerou a indisciplina dos funcionarios reais, e sim da populacao colonial. Os autores que mais se aproximaram de uma apresentacao mais realista da administracao metropolitana nas Minas foram Francisco Iglesias e Fabio Wanderley Reis. Ambos reconhecem a impossibilidade do exercicio pleno do poder devido a conflitos de jurisdicao, como entre governadores e funcionarios reais. O Estado nao teria prevalecido sobre a sociedade, pois as forcas desagregadoras dessa instituicao comprometeram seriamente a possibilidade da acao unitaria e disciplinadora. Dessa

Referência(s)
Altmetric
PlumX