Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Lepra para hanseníase: a visão do portador sobre a mudança de terminologia

2007; Volume: 32; Issue: 1 Linguagem: Português

10.47878/hi.2007.v32.35192

ISSN

1982-5161

Autores

Luana Laís Femina, Ana Claudia Parra Soler, Susilene Maria Tonelli Nardi, Vânia Del’Arco Paschoal,

Tópico(s)

Leprosy Research and Treatment

Resumo

A hanseníase, doença milenar, foi motivo de exclusão compulsória dos entrevistados ao convívio social. Atualmente sua cura é possível, a falta de informação existe e o preconceito ainda é um problema grave. Medidas foram tomadas na tentativa de diminuir o estigma, como a Lei nº 9.010/95, que oficializou a mudança no uso do termo lepra para hanseníase. Este trabalho objetivou investigar as mudanças sob o prisma das pessoas que têm ou tiveram hanseníase. Foi aplicado protocolo próprio contendo perguntas fechadas em 50 entrevistados. A análise estatística foi descritiva, com cálculos percentuais simples e cruzamento de variáveis. Os resultados revelaram que houve predomínio de casados (56%), aposentados (30%) e assalariados (20%); com ensino fundamental incompleto (46%). Dos 64% que conheciam outra terminologia para hanseníase, 93,8% citaram o termo lepra e 90% sabiam do preconceito histórico; 63% julgavam que a mudança do nome pode ter diminuído o preconceito e 76,7% achavam que as pessoas sabiam que a hanseníase era antiga lepra, tanto que ao comentar sobre a doença, a maioria (60%) logo referia o termo à lepra. O medo sob seus vários aspectos, atingiu 50% dos entrevistados. Salientamos a falta de informação em relação a formas de transmissão, instalação de deficiências e tratamento. O passado histórico ainda exerce influência apesar da mudança do nome, pacientes enfrentam preconceitos no meio social, pela associação com termo lepra. A dificuldade no entendimento dos conceitos pode ser uma das causas do estigma. Inferimos que a mudança do termo não foi capaz de eliminar preconceitos.

Referência(s)