
Validade de estimativas obtidas por inquérito telefônico: comparação entre VIGITEL 2008 e inquérito Saúde em Beagá
2011; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 14; Issue: suppl 1 Linguagem: Português
10.1590/s1415-790x2011000500003
ISSN1980-5497
AutoresAline Dayrell Ferreira, Cibele Comini César, Déborah Carvalho Malta, Amanda Cristina de Souza Andrade, Cynthia Graciane Carvalho Ramos, Fernando Augusto Proietti, Regina Tomie Ivata Bernal, Waleska Teixeira Caiaffa,
Tópico(s)Maternal and Neonatal Healthcare
ResumoOBJETIVO: Verificar a validade externa das estimativas obtidas por inquérito telefônico, e o impacto do uso do fator de ponderação pós-estratificação na correção das estimativas. MÉTODOS: Foram utilizadas informações de moradores das regiões Oeste e Barreiro de Belo Horizonte (MG), obtidas por inquérito telefônico VIGITEL 2008 (n=440) e por inquérito domiciliar, realizado face a face, Saúde em Beagá (SB) (n=4.048). Estimativas de variáveis relevantes para vigilância epidemiológica foram comparadas entre os estudos, por meio das estatísticas de teste. Inicialmente, compararam-se grupos segundo a posse de linha telefônica fixa e em seguida as estimativas do VIGITEL, com e sem a utilização de peso pós-estratificação, com as estimativas do SB. RESULTADOS: Indivíduos que possuíam telefone fixo residencial apresentaram marcadores de melhores condições econômicas (local de moradia, escolaridade e cor de pele), maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), menor exposição a fatores de risco para DCNT e maior acesso/utilização de serviços de saúde, quando comparados aos demais. A maioria das estimativas do VIGITEL (sem o uso do peso pós-estratificação) foi semelhante às estimativas para a amostra do SB que referiu ter telefone fixo residencial, demonstrando não haver grande impacto da metodologia utilizada na obtenção dos dados (reduzido viés de informação). Mesmo sem utilizar o fator de pós-estratificação, as estimativas do VIGITEL se assemelharam às do SB; após a ponderação, as poucas estimativas viciadas (número de moradores, cor de pele e atividade física) não diferiram mais das obtidas pelo inquérito face a face exceto para a variável "ter plano de saúde", cuja correção da estimativa reduziu a diferença observada, e para as variáveis "consumo de verduras/legumes" e "tabagismo atual", em que não foi possível corrigir as estimativas. CONCLUSÃO: Recomenda-se a vigilância epidemiológica de DCNT por meio de inquéritos telefônicos porque fornecem estimativas aproximadas do que seria esperado para a população total, com menores investimentos financeiros e menor tempo.
Referência(s)