Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Relações entre profissionais de saúde e mulheres HIV+: uma abordagem de gênero

2006; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 22; Issue: 10 Linguagem: Português

10.1590/s0102-311x2006001000017

ISSN

1678-4464

Autores

Janaína Marques de Aguiar, Regina Helena Simões Barbosa,

Tópico(s)

Adolescent Sexual and Reproductive Health

Resumo

O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa, realizada em 2003, que investigou, sob a ótica de gênero, as relações entre profissionais de saúde e suas pacientes HIV+ em torno do tratamento oferecido. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com dez mulheres HIV+ e sete profissionais de saúde a respeito dos temas: representações de gênero; representações sobre o adoecimento feminino por HIV/AIDS; estratégias de acomodação e resistência a valores e atitudes internalizados, utilizadas nas relações profissional/paciente. Os dados revelaram que os profissionais buscam adequar o tratamento à precariedade de recursos da instituição e das pacientes, buscando oferecer uma assistência o mais integral possível. Ainda permanece no imaginário coletivo deles a representação da mulher-mãe, percebida como vítima. Entre as pacientes, emerge a representação da "mulher-guerreira", reforçada pela ideologia de gênero que obscurece a sobrecarga resultante da dupla jornada de trabalho. Contrariando o mito da passividade, as pacientes assumem posturas ativas no tratamento, negociando com os profissionais suas necessidades e possibilidades. Apesar das limitações materiais e simbólicas, identificaram-se potenciais para transformações na assistência, rumo à conquista de Direitos Reprodutivos.

Referência(s)