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Sistema renina-angiotensina: é possível identificar genes de suscetibilidade à hipertensão?

2007; Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC); Volume: 89; Issue: 6 Linguagem: Português

10.1590/s0066-782x2007001800013

ISSN

1678-4170

Autores

Sandro Gonçalves de Lima, Ana Hatagima, Norma Lucena Cavalcanti L. da Silva,

Tópico(s)

Apelin-related biomedical research

Resumo

No Brasil, estima-se que 15% a 20% da população adulta urbana sejam acometidos por hipertensão arterial sistêmica (HAS) 1,2 .Em que pese a inexistência de um estudo de base populacional com representatividade nacional para HAS, indicadores de morbidade e mortalidade por doença cerebrovascular podem mostrar, claramente, a relevância da HAS para a saúde pública brasileira, uma vez que representa um fator de risco com expressiva força de determinação para doenças cardiovasculares 3 .Em 2004, a doença cerebrovascular foi responsável por 90.930 mortes, sendo a principal causa de mortalidade no Brasil 4 .Vários fatores de risco já foram identificados para o desenvolvimento da HAS, entre eles: obesidade, resistência a insulina, consumo aumentado de álcool e sal, idade, sedentarismo e estresse.O conhecimento da epidemiologia desses fatores de risco é fundamental para a compreensão do impacto de cada um deles como determinante da HAS.Em estudo de revisão, recentemente publicado, avaliou-se a prevalência dos fatores de risco mais comuns para a HAS no Brasil a partir de estudos populacionais realizados no período de 1996 a 2005 (tab. 1) 5 .Verifica-se ampla faixa de variação na prevalência desses fatores de risco que aponta para a necessidade de estudos epidemiológicos mais bem estruturados, entretanto os valores da mediana apresentados revelam elevada prevalência, o que justifica a alta mortalidade por doença cerebrovascular. HAS: uma doença complexaFatores de risco ambientais e genéticos, em conjunto, constituem fenótipos intermediários, como a obesidade, a resistência a insulina, entre outros.Assim, a HAS pode ser entendida como um fenótipo final, resultante de diversos fenótipos intermediários.À luz da biologia molecular, poderíamos conceituar a HAS como uma doença complexa, poligênica, multifatorial, na qual cada paciente pode apresentar diferentes fatores causais (ambientais e/ou genéticos) para o traço 6 .A pressão arterial (PA) é resultado do débito cardíaco e da resistência vascular periférica.A descoberta de novos sistemas e mecanismos que influenciam o débito cardíaco e a resistência vascular periférica e, por conseguinte a PA, contribuiu para a construção de uma complexa rede de interrelações na fisiopatologia da HAS 7 .Alterações nos mecanismos de retenção renal de sódio, no sistema nervoso simpático, no sistema renina-angiotensina (SRA), na membrana celular, a hiperinsulinemia, entre outros, são parte dessa rede fisiopatológica complexa 8 .Entendendo cada um desses componentes como fenótipos intermediários e determinados por múltiplos genes, fortalece-se o conceito de HAS como uma doença complexa.Muitos estudos têm sido realizados para se identificar os genes de susceptibilidade à HAS (tab.2).Ainda não

Referência(s)